Demência de Alzheimer
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12/15/20243 min read


As causas mais comuns de demência em pessoas acima de 65 anos são Alzheimer (60%) , Demência Vascular (30%) e Demência Mista. As outras acometem 10% e incluem: demência dos corpúsculos de Lewy, Demência de Pick, demências fronto-temporais, causadas por hidrocefalia em pressão normal, demência alcoólica, demência infecciosa (sifilítica ou por HIV) e por doença de Parkinson. Muitos tipos de déficits cognitivos podem ser atribuídos a causas reversíveis e metabólicas (hipotiroidismo, carência nutricional: B12 ou síndrome demencial causada por depressão.
A doença de Alzheimer afeta cerca de 18 milhões de pessoas no mundo e 1,2 milhão no Brasil. Estimativas mostram que, em 2025, serão 34 milhões de portadores, número que pode chegar a 81 milhões em 2040.
O mal de Alzheimer provoca alteração da memória de curta ou longa duração. A memória de curta duração permite que o indivíduo se recorde do que realizou nos últimos dias e nas últimas horas. Já a memória de longa duração é função que permite o aprendizado e as lembranças da infância e de anos passados. Quando o indivíduo não reconhece alguém ou algum lugar ou mesmo não se recorda há quanto tempo ocorreu determinado fato, isso pode significar que ele está com alteração de memória e, portanto, com um dos indicadores para quadro demencial.
O diagnóstico precoce é decisivo para o tratamento adequado e eficaz. Atualmente, a base da estratégia terapêutica está alicerçada em três pilares: retardar a evolução, tratar os sintomas e controlar as alterações de comportamento.
A terapia colinérgica é a mais utilizada, podendo inclusive melhorar efetivamente a cognição e a funcionalidade em um grupo restrito de pacientes, cerca de 20% a 30%. O tratamento colinérgico visa melhorar a transmissão colinérgica em nível cerebral. O nível de acetilcolina (neurotransmissor decisivo no desempenho cognitivo) está diminuído na doença de Alzheimer (DA). Já os antagonistas dos receptores de glutamato (ex: memantina) bloqueiam este neurotransmissor, cujo excesso é altamente tóxico para os neurônios. O excesso de glutamato promove a entrada maciça de cálcio no interior do neurônio levando-o a morte. A memantina impede exatamente isso.
A filosofia que deve nortear a decisão de iniciar o tratamento o mais cedo possível deve ser perseguida, evitando-se retardar essa decisão por atribuir-se as perdas cognitivo-funcionais como decorrentes do “processo normal de envelhecimento”.


Histopatologia da fase pré-senil das placas senis. A proteína beta-amilóide, que tem efeitos tóxicos sobre os neurônios
Prevenção
Todos os estudos de medidas para prevenir ou atrasar os efeitos do Alzheimer são frequentemente infrutíferos. Hoje em dia, não parecem existir provas para acreditar que qualquer medida de prevenção é definitivamente bem sucedida contra o Alzheimer. No entanto, estudos indicam relações entre fatores alteráveis como dietas, risco cardiovascular, uso de produtos farmacêuticos ou atividades intelectuais e a probabilidade de desenvolvimento de Alzheimer da população. Mas só mais pesquisa, incluídos testes clínicos, revelarão se, de facto, esses factores podem ajudar a prevenir o Alzheimer.
A inclusão de frutas e vegetais, pão, trigo e outros cereais, azeite, peixe, e vinho tinto, podem reduzir o risco de Alzheimer. Algumas vitaminas como a B12, B3, C ou a B9 foram relacionadas em estudos ao menor risco de Alzheimer, embora outros estudos indiquem que essas não têm nenhum efeito significativo no início ou desenvolvimento da doença e podem ter efeitos secundários. Algumas especiarias como a curcumina e o açafrão mostraram sucesso na prevenção da degeneração cerebral em ratos de laboratório.
Atividades intelectuais como ler, escrever com a mão esquerda, disputar jogos de tabuleiro (xadrez, damas, etc.), completar palavras cruzadas, tocar instrumentos musicais, ou socialização regular também podem atrasar o início ou a gravidade do Alzheimer. Outros estudos mostraram que muita exposição a campos magnéticos e trabalho com metais, especialmente alumínio, aumenta o risco de Alzheimer. A credibilidade de alguns desses estudos tem sido posta à prova até porque outros estudos não encontraram a mínima relação entre as questões ambientais e o desenvolvimento de Alzheimer.